Nació el 17 de marzo
Águas de Março
Águas de Março
É pau, é pedra, é
o fim do camino
É um resto de
toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laco, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Cainga, candeia, é
o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo
É o queira ou nao queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vao, festa da cumeeira
É a viga, é o vao, festa da cumeeira
É a chuva
chovendo, é conversa ribeira
Das aguas de marco, é o fim da canseira
Das aguas de marco, é o fim da canseira
É o pé, é o chao,
é a marcha estradeira
Passarinho na mao, pedra de atiradeira
Uma ave no céu, uma ave no chao
Passarinho na mao, pedra de atiradeira
Uma ave no céu, uma ave no chao
É um regato, é uma
fonte
É um pedaco de pao
É um pedaco de pao
É o fundo do poco,
é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego
É uma ponta, é um
ponto
É um pingo pingando
É um pingo pingando
É uma conta, é um
conto
É um peixe, é um
gesto
É uma prata
brilhando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a lenha, é o
dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaco na estrada
É a garrafa de cana, o estilhaco na estrada
O projeto da casa,
é o corpo na cama
É o carro enguicado, é a lama, é a lama
É o carro enguicado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma
ponte
É um sapo, é uma
ra
É um resto de mato, na luz da manha
É um resto de mato, na luz da manha
Sao as aguas de
marco fechando o verao
É a promessa de vida no teu coracao
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É a promessa de vida no teu coracao
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de
toco, é um pouco sozinho
É uma cobra, é um pau, é Joao, é José
É uma cobra, é um pau, é Joao, é José
É um espinho na
mao, é um corte no pé
Sao as aguas de marco fechando o verao
Sao as aguas de marco fechando o verao
É a promessa de
vida no teu coracao
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de
toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte
É um passo, é uma ponte
É um sapo, é uma
ra
É um belo horizonte, é uma febre terca
É um belo horizonte, é uma febre terca
Sao as aguas de
marco fechando o verao
É a promessa de vida no teu coracao
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É a promessa de vida no teu coracao
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de
toco, é um pouco sozinho
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de
toco, é um pouco sozinho
Pau, pedra, fim do caminho
Pau, pedra, fim do caminho
Resto de toco,
pouco sozinho
Pau, pedra, fim do caminho,
Pau, pedra, fim do caminho,
Resto de toco,
pouco sozinho.
Tom Jobim
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